Quatro toneladas. Isto equivale a três carros populares ou quase sessenta adultos saudáveis. Essa massa, entretanto, não pertence a automóveis ou pessoas; pertence a algo bem mais alarmante. Quatro toneladas foram o que as emissões de gás carbônico provenientes das queimadas na Amazônia geraram em média no mês agosto de 2024.

Entretanto, não disse a total quantidade de dióxido de carbôno gerado nesse período, nem sobre a quantidade gerada por semana, dia, hora ou minuto. Nós, todos nós, geramos por segundo o equivalente a queima de 2 mil litros de gasolina ou 5 voos de ida e volta entre São Paulo e Rio. Isto não é culpa de tal partido político, de tal pessoa, de tal povo e tal empresa. Esse absurdo é responsabilidade de todos aqueles que estão financiando isso, conscientes ou não. A carne do gado criado numa terra onde antes havia grandes e imponentes árvores não está só no prato do Brasileiro; está também na grelha do Americano, no lámen do chinês e no macarrão do Italiano.

Todo o mundo, mesmo aqueles países que nunca compraram uma tora de madeira ou um único bife de nosso país, deve auxiliar a tentativa de reparação do que está acontecendo, nesse exato momento, no nosso pulmão mundial. Não iremos reconstruir a floresta com um discurso bonito, com uma mixaria doada por um bilionário e deduzida dos seus próprios impostos ou com um novo tipo de carro ou bugiganga vendida como “eco-friendly”; reconstruiremos com ações, com boicotes e com exigências. Pode ser caro, pode ser difícil, pode ser demorado; mas, se não tentarmos, não haverá futuro. Nem para o nosso país, nem para a humanidade.